Realizou-se
na passada quinta-feira, a Assembleia Municipal das Caldas da Rainha,
destinada a discutir e votar uma proposta do presidente da câmara, sobre
a agregação de algumas freguesias. Dos assuntos discutidos, alguns
foram delirantes e de ir às lágrimas, tantas asneiras foram ditas por
alguns "ditos" deputados municipais. Foi dada a palavra ao proponente
para defender a sua proposta, bem como para explicar as razões dessa
mesma proposta. Falou o dito durante 37m, ao longo dos quais se limitou a
atirar areia para os olhos das pessoas presentes, dizendo muitas e
muitas vezes duas coisas distintas:
- Esta proposta foi apresentada por mim e depois ratificada pelos vereadores do psd;
-
Se esta proposta não for aceite, o concelho perderá 6 freguesias,
escolhidas aleatoriamente pela Unidade Técnica, ao contrário das 4 que
perderá se a mesma for votada favoravelmente.
Muitas
intervenções, muitos comentários e acusações, muitas faltas de educação
do presidente da câmara, muitos membros que apenas estiveram presentes
para ganharem mais uns tostões sem fazerem nada, enfim "uma verdadeira
palhaçada".
Perguntar-me-ão o porquê destes termos.
Simplesmente
porque vi elementos eleitos por nós, fazerem o que o partido manda, e
nada fazerem para defender os interesses de quem os elegeu. Houve muito
blá, blá, blá e conversa da treta, percebendo qualquer presente que a
maioria tinha preparado antecipadamente esta reunião, tal era a
unânimidade das intervenções.
Esgrimiram-se
argumentos, uma vez que havia também uma proposta do ps que propunha
manter as actuais 16 freguesias, muitos dos quais completamente
desajustados da realidade e da vontade das populações das freguesias a
extinguir. Devo referir que TODAS as Assembleias de Freguesia votaram
contra a agregação. No entanto, com as excepções dos Presidentes das
Juntas de Nª Sra. do Pópulo, Couto, Salir do Porto, Alvorninha e Serra
do Bouro, os seus presidentes votaram a favor da proposta de agregação,
contrariando assim a vontade de quem democraticamente os elegeu.
Acabou
por vencer a proposta do presidente da câmara, ou seja: Nª Sra. do
Pópulo fica com o Couto e S. Gregório, Tornada com Salir do Porto e
Santo Onofre com a Serra do Bouro.
Antes de terminar esta pequena crítica, não podia deixar de apontar duas situações completamente irrealistas:
-
Como havia 2 propostas, o presidente da mesa fez a votação em
alternativa (votação em que, de acordo com a lei, os votantes devem
votar numa ou noutra proposta), permitindo a abstenção, o que é
completamente uma violação da lei vigente;
-
Ao longo de toda a sessão não houve um único instante de silêncio, o
que é para mim uma demonstração de falta de respeito, não só para com os
membros da mesa mas também para com o público presente.
Carlos Gaspar